Driblar o tempo… driblar a morte… ter vida eterna… qual ser em sua perfeita sanidade racional, ou até, irracional já não tenha almejado isto.
Os mitos que povoam o inconsciente e a fantasia humana, em quase sua totalidade, são dotados deste tão “sonhado” poder. Brincam com os chamados mortais, subjugam suas crenças e culturas de forma abusiva e despreocupada. Afinal, porque se preocupar com o tempo se não irá morrer?
Mas os fatos hoje conhecidos pelo homo sapiens e toda sua história sobre o planeta terra o mostram o quão isto não real. Um sistema biológico fantástico, uma máquina perfeita, mas… como tudo no universo possui o oposto, esta perfeição teria que ter um ponto fraco, um “tendão de Aquiles”. E o que os organismo terrenos possuem de compensação por tempo de trabalho é ainda ínfimo perante sua ambição e vontade de sempre seguir adiante.
Porém, esta falha de comportamento, digamos assim, não é restrita somente ao limitado terráqueo que tanto conhecemos. A raça Kayon também, mesmo tendo uma vantagem biológica muito além da humana, não se conteve com o que fora presenteada pelo criador neste quesito. Ou seja, mesmo com uma longevidade cinco vezes maior que a humana, os kayons não admitiram ser subjugados pelo tão temido Deus Chronos. Fazendo uso de suas heranças genéticas, somado-se ao vasto material herdado de milenares conhecimentos alienígenas, esta raça conseguiu uma façanha digna de muita inveja. Não se tornaram eternos como o termo realmente se traduz, mas, conseguiram perpetuar ainda mais a participação de seus principais representantes na história do planeta terra.
O conjunto de rituais denominados de o Hiberniun Cultun foi desenvolvido através de vários séculos, com sacrifícios inimagináveis tanto para os próprios kayons quanto para os humanos. Sua implantação e adesão fora decretada no século XIV, teve seus primeiros membros adormecidos no ano de 1376. E enquanto vários indivíduos foram usados como cobaias, linhagens foram perdidas e conflitos foram travados em nome deste tão sombrio conhecimento, a chamada Kayamatra alcançou sua hegemonia e domínio perante esta face negra de sua ciência.
Os rituais tornam o organismo kayon totalmente inanimado, porém vivo, com necessidade metabólica ínfima, permitindo assim que este possa atravessar décadas, séculos hibernado e podendo ser despertado a qualquer momento através de outros procedimentos específicos e extremamente delicados.
Através de experimentos, infelizmente forçados, sabe-se que a espécie humana não consegue de forma alguma se submeter a tais rituais e procedimentos. Seu organismo e atividade metabólica são limitados e não há como lidar com determinadas privações. E de acordo com centenas de relatórios dos laboratórios da Nova Escócia, até mesmo o organismo kayon pode sofrer determinados problemas com o procedimento de hibernação. Há relatos de desequilíbrios mentais, temporários e irreversíveis assim como de deformidades por atrofiamento de órgãos.
Mas o que mais importa a descrever aqui é o fato de que além destas criaturas terem uma longevidade muito aquém da humana, ainda assim, desenvolveram uma forma de driblar o tempo de forma contínua por um período inimaginável para o ser humano. Presentes de uma genética digna de muita inveja. (O Eterno e o Sangue – Sanctuarium Ethz – Vol. III – Livro II)